Agastada pela insistência das amigas, arranjava-se. Deixara o dia de trabalho, camuflado de Bytes, no seu computador dedicadamente arrumado na pequena sala onde improvisara o escritório.
Patrícia, jovem mulher , ambiciosa profissionalmente, dispensava bem as férias impostas por lei e pela empresa.
Naquela dia, não teve hipótese de recusar o convite para uma 'noitada de mulheres', como lhe chamavam as amigas menos comprometidas. 'Seria um belo inicio de férias', asseguravam-lhe.
Patty, carinhosamente assim chamada pelos mais íntimos, pensava no que poderia adiantar no trabalho que a esperava após o intervalo forçado.
Um pouco desajeitadamente esforçava-se em seguir as 'dicas' do mulherio.
Escolhera um vestido vermelho, saído diretamente do saco da marca, guardado há anos. Nunca tivera oportunidade de o usar. Dera-lhe um jeito com o ferro e depois de vestido permitiu-se admirar o reflexo do espelho. A cor assentava harmoniosamente na sua tez de cigana. Escureceu os cílios e 'abusou' nos lábios vermelhos.
Quase não se reconhecia.
A roupa de executiva e tons neutros não a favoreciam enquanto mulher.
'Talvez nem fossa má ideia sair, mudar de ambiente', pensou.
Tocaram duas vezes com intermitências combinadas. Chegara a altura de descer e juntar-se ao grupo.
Foi alvo de elogios vários das colegas e sorriu com vontade.
O entardecer convidava a um aperitivo. Escolheram uma esplanada onde a roupa dos clientes era reduzida.
Afinal estavam à beira-mar.
Com a noite a cobrir o mar de prata decidiram-se por um restaurante de peixe. Suficientemente perto para gozarem no passeio da brisa marítima e não magoarem os pés com os sapatos que a ocasião exigia.
Como a mesa estava reservada, o local não podia ser melhor. Patricia ficou junto à janela, a poucos metros da marina onde iates de tamanhos vários balançavam no lago calmo.
As entradas leves, salpicadas de marisco abriram-lhe o apetite.
Olhando o branco, salpicado pelo azul e vermelho, da maioria das embarcações, deteve-se num veleiro em madeira.
Simplesmente lindo!
Como deveria ser maravilhoso navegar perto da costa e ir parando em portos por explorar.
Ao beberricar o seu Martini seco repara num homem bastante bronzeado que parecia ocupado na manutenção. De tronco nu e esforçndo-se afincadamente,
Sem esperar, este olha-a e fixa-lhe os olhos brilhantes, destacando-se do resto da cor do seu corpo tostado pelo sol. Seriam verdes, na certa, quase apostando consigo.
A observação retribuída deixou Patricia suspensa no tempo. Era-lhe como um íman, impossível de resistir.
(continua)
13 comentários:
Passei e surpreendi-me mas como sempre gostei muito...!
irresistível, assim nos seduzimos com os ventos no bronze do horizonte.
b
less
Selo para ti no meu blogue :)
Aguardo o resto.
Beijos
Este escrito parece-me o início de uma excelente narrativa.
Já estou ansiosa para saber o que vai acontecer a seguir.
Muitos parabéns.Tem uma escrita apaixonante.
Continuação de uma boa semana.
saudações da
Beatriz BLOG - VIDA E PENSAMENTOS
http://pegadasdeanjo.blogspot.com
Que a paz e a luz divina lhe acompanhe hoje e sempre!Assim seja! :)
A história promete... Vou aguardar a continuação, Pérola.
Beijinho.
Mais mais!
Isso não se faz!! ...
deixar a meio ... :))
Beijinhos
Palpita-me que isto vai acabar com ela a pedir o gozo das férias não usadas em anos anteriores...
Bem, mas o melhor é aguardar para ver.
Beijos
O primeiro "clic" surgiu!
Veremos no que dá!
Beijinhos.
O teu blog está lindo! parabéns
Gostei do texto, espero pela continuação
Beijinhos
Adorei ,mas agora fiquei com curiosidade do resto ,que espero que seja breve,beijinhos
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