Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
6 comentários:
Adoro este poema.
Este verso faço-o meu:
Eu te amo porque te amo...
Beijos.
Tamanha simplicidade com tamanha mensagem.
Amar... é sentir e sorrir!
Um poema que faz uma aproximação linda ao amor, que é a mola real da vida.
Amor...não se explica... :)
Mola ou martelo, talvez...
Obrigado pela partilha.
No decorrer dos anos têm havido inúmeras tentativas. Mas, ainda não foi encontrada a explicação correta. Quer-me parecer que são tantas, quantas os que já sentiram esse inexplicável sentimento. Vamos explicando...
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